sábado, 27 de abril de 2013

Mutirão de pais, colaboradores e diretores para cuidar da área verde

Nas escolas Waldorf os pais participam muito proximamente do ambiente e do cotidiano educacional, ofertando, com ações e exemplos, o melhor para seus filhos. Parabéns aos pais e educadores que assim fazem.

Recolhendo folhas caídas e matérias orgânicas

Muita produção

Cuidando das plantas e do jardim

Dia de trabalho e diversão

Eliminando um velho e invasivo pé de ficus

Primeiro fruto do pé de fruta-pão

Este fruta-pão foi plantado no dia da inauguração do prédio

... e já tem seu primeiro filhote

Adubação lenhosa com restos do ficus

domingo, 21 de abril de 2013

Pesquisa comparativa sobre Pedagogia Waldorf na Europa


Ensino escolar: Pesquisa Alemã revela vantagens de conceitos alternativos

Waldorf, Montessori ou escola regular?
Há muitos anos, esta questão é um tema “clássico”, sendo avaliado e discutido por pais da classe média e da classe média alta. Diante da decisão de escolher uma escola para a formação dos filhos, o assunto pode se desdobrar em discussões infinitas. Hoje em dia, muitos filhos são pressionados por pais ambiciosos a mostrar desempenho. Tais exigências agravam a situação nas escolas, resultando num clima extremamente competitivo e agressivo, e isso ocorre entre crianças e adolescentes que crescem num ambiente protegido e privilegiado. Em contra partida, a preocupação com o bem-estar dos filhos aumentou. Nesse contexto, modelos escolares alternativos estão gradualmente em foco por serem considerados mais aptos a estimular o desenvolvimento das habilidades infantis sem causar o medo de competir ou falhar.
“Verdade ou mito?”
Heiner Barz, um pesquisador da área de educação da Heinrich-Heine-Universität em Düsseldorf, divulgou, em fevereiro de 2011, os primeiros resultados de sua pesquisa nacional sobre satisfação e experiências de aprendizagem de alunos Waldorf, comparando-as com escolas regulares. Oitocentos alunos Waldorf preencheram questionários e mais que 50 entrevistas individuais com pais e alunos (duração entre 2 e 3 horas) foram realizadas. Recentemente, o pesquisador apresentou para a imprensa os resultados finais em forma de livro, confirmando a primeira percepção dos resultados provisórios do ano passado.
Segundo a pesquisa, os alunos de escolas Waldorf (existe outra pesquisa independente sobre alunos Montessori) estudam com mais entusiasmo, sofrem menos com sintomas de estresse como dor de cabeça, dor de barriga ou distúrbio de sono, sentem-se menos entediados e frequentemente tem uma impressão mais positiva da escola e dos professores do que os alunos de escolas regulares. Em parte, as diferenças são significativas. Oitenta por cento dos alunos Waldorf afirmaram que sentem prazer em estudar – em comparação a 67 por cento das escolas regulares. Oitenta e cinco por cento dos alunos Waldorf consideram o clima escolar e a atmosfera de aprendizagem como agradável e sustentador – em comparação a 60 por cento do alunos das escolas regulares. Sessenta e cinco por cento dos alunos Waldorf afirmaram ter um bom relacionamento com o professor, mas somente 31 por cento dos alunos de escolas regulares disseram a mesma coisa. (Os dados obtidos dos alunos de escolas regulares se baseiam em outras pesquisas usando questionários semelhantes).
O desempenho em provas finais do ensino médio também mostra bons resultados. “Pelo que sei, não existe nenhum estado federal no qual os alunos Waldorf se saíam pior que outros”, diz Heinz Barz. A maioria deles termina o ensino médio.
Todavia, na divulgação provisória dos resultados da pesquisa, Barz destacou um fenômeno comum entre alunos Waldorf e outros: a tendência a necessitar de reforço escolar, como em matemática, línguas estrangeiras e na preparação para as provas finais do ensino médio.
Seja como for, para Andreas Schleicher, coordenador do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), o sucesso de aprendizagem nas escolas Waldorf ainda não foi apreendido de forma abrangente. Segundo ele, os resultados dos testes que a PISA realizou em escolas finlandesas bem-sucedidas, as quais adaptaram elementos da pedagogia Waldorf, mostrariam que as mesmas estimulam a aquisição de conhecimento baseada na realidade, ou seja, “naquilo que o mundo exige de nós”. Schleicher, que é contra as formas de “conhecimento instantâneo”, destaca como contraste uma forma de ensino cuja ênfase é “aplicar conhecimento de forma criativa, direcionando-o a soluções práticas em novas áreas”. Também menciona que alunos Waldorf se destacaram num estudo da PISA por “suas competências acima da média na área das ciências naturais”.
Texto original de Thomas Pany, publicado em TELEPOLIS, 27/09/2012
Tradução e adaptação autorizada: Peter Hilgeland


Fonte: http://philgeland.com/2012/09/30/ensino-escolar-pesquisa-alema-revela-vantatgens-de-conceitos-alternativos/


terça-feira, 16 de abril de 2013

Recorte de jornal alemão de 1935 com aviso do governo de Hitler proibindo escolas Waldorf


     Recorte de jornal alemão de 15 de novembro de 1935, época do governo Hitler, proibindo o funcionamento de escolas Waldorf em todo o país. Em livre tradução, o aviso diz que "não há lugar na Alemanha nazista alemão para essa pedagogia que incentiva a formação de indivíduos que pensam por eles mesmos".



terça-feira, 2 de abril de 2013

“NÓS PARAMOS NO SÉCULO 19” - Entrevista com Ken Robinson, especialista em criatividade


       O texto a seguir foi extraído da revista Exame, edição 1032 de 02/04/13. Não trata de pedagogia Waldorf, porém tece importante crítica ao modelo escolar tradicional em questões que aproximam o ponto de vista do entrevistado com a prática pedagógica Waldorf. 





TEXTO DA REVISTA EXAME
Edição 1032/ Ano47/ nº6

ESPECIAL EDUCAÇÃO



“NÓS PARAMOS NO SÉCULO 19”


UM DOS MAIS RESPEITADOS ESPECIALISTAS EM CRIATIVIDADE DO MUNDO, KEN ROBINSON DEFENDE QUE O SISTEMA DE ENSINO TRADICIONAL TEM SE REINVENTAR.


Entre as celebridades e os pensadores que fizeram apresentações no TED, o famoso ciclo de palestras que disseminam ideias inovadoras em vídeos na internet, ninguém foi tão visto quanto o consultor de educação inglês KEN ROBINSON. Mais de 15 milhões de internautas já assistiram a Robinson falar sobre a necessidade de repensar o sistema de ensino atual, que, segundo ele está matando a criatividade dos alunos. Em recente visita a São Paulo, Robinson deu a seguinte entrevista a EXAME.


O que é preciso mudar no sistema tradicional de ensino?

A educação precisa passar por uma revolução. É importante que as pessoas tenham a dimensão do problema que enfrentamos. Os sistemas educacionais de massa foram criados no século 19, durante a revolução Industrial. Por isso, a principal característica desses sistemas foi a padronização. As crianças passaram a ser separadas por faixas etárias e cada disciplina ganhou um tempo fixo. Essa foi a forma mais eficiente de produzir alunos “em série”. Mas isso não funciona mais. 
Imagine uma empresa onde a cada 40 minutos um sinal toca, todos os funcionários são obrigados a parar o que estão fazendo e iniciar outra atividade. A empresa quebraria em um mês. Fazemos exatamente isso nas escolas.


Por que o modelo atual é mantido?

Os pais e as autoridades acham que, se um jovem estudar bastante, for para a universidade e conseguir um diploma, ele terá um emprego seguro para o resto da vida. O problema é que cada vez menos isso é verdade. 
Nos Estados Unidos há uma quantidade enorme de alunos que abandonam as escolas de ensino médio e as faculdades porque não percebem seu valor. Na china, os jovens entram nas universidades e se formam, mas, quando vão para o mercado de trabalho, não encontram os postos com que sonharam.


Então o senhor acha que é preciso acabar com a estrutura atual das escolas e universidades?

Para muitas pessoas, a estrutura atual é a única chance de escapar da ignorância. A educação em massa vai continuar existindo. O que estou dizendo é que a educação tradicional não tem despertado o interesse dos jovens. O modelo a que estamos acostumados não dá mais conta de formar os profissionais que estão sendo demandados pelo mercado. A criatividade é cada vez mais um diferencial. As crianças e os jovens têm interesses distintos e ritmos diferentes de aprendizagem, mas nós ainda estamos investindo em aulas que miram somente determinado perfil de aluno.


De que maneira o uso da tecnologia em aula vai permitir o desenvolvimento da criatividade dos alunos?

A tecnologia é um caminho e, com certeza, terá um grande impacto na vida das escolas. Quando Gutemberg inventou a imprensa, jamais imaginou que isso seria um facilitador da Reforma Protestante que viria a seguir por popularizar ideias contrárias a Igreja Católica. 
Hoje é difícil prever as consequências do uso do computador e da internet. Dito isso, é importante deixar claro que, quando falamos de criatividade, nem tudo gira em torno da tecnologia. Há escolas que optaram por deixar o aluno escolher as atividades que prefere fazer em um dos dias da semana. Não há nada de tecnológico nisso. É sempre bom lembrar. O crucial é a qualidade do professor. É o comportamento dele que faz a diferença.